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Doenças Tropicais Negligenciadas

Lista de Doenças Tropicais Negligenciadas

Doenças Tropicais Negligenciadas

Doenças Tropicais Negligenciadas

Presentes em 149 países, as doenças tropicais negligenciadas representam um inimigo que se aproveita da fragilidade social e econômica. São vírus, bactérias e parasitos que atingem um bilhão de pessoas, sobretudo na faixa tropical do globo, onde se concentram as populações mais vulneráveis dos países em desenvolvimento. Com a intensa circulação de pessoas, o problema se torna cada vez mais uma questão global.

Se, por um lado, a pobreza, o acesso limitado à água limpa e ao saneamento contribuem para a propagação das doenças, os próprios agravos perpetuam essa condição de miséria e de desigualdade nas áreas endêmicas, em uma dinâmica circular. A infecção por doenças tropicais prejudica o desenvolvimento intelectual das crianças, reduz a taxa de escolarização e muitas vezes desabilita os infectados para o trabalho, o que acarreta consequências econômicas. Mais do que um problema para a saúde, as doenças negligenciadas configuram um entrave ao desenvolvimento humano e econômico das nações.

Dados sobre malária, dengue, esquistossomose, tuberculose, hanseníase e outras doenças tropicais negligenciadas

MALÁRIA

Patógeno: Cinco espécies de protozoários do gênero Plasmodium.

Transmissão: Picada de mosquitos anofelinos infectados (cerca de vinte espécies).

Sob risco: 3,2 bilhões de pessoas em 99 países.

Novos casos/ano: Cerca de 200 milhões de casos / ano no mundo e 300.000 no Brasil.

Uma criança morre de malária a cada 30 segundos na África. Em âmbito global, são atingidos 100 países, distribuídos pela América Latina, Oriente Médio, Ásia e Europa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 216 milhões de pessoas adoecem por ano, levando a 655.000 óbitos. Os alarmantes números da malária a colocam no topo das doenças negligenciadas de maior morbidade e mortalidade do planeta. Se tratada na fase aguda, tem cura, mas a crescente resistência dos parasitas às drogas disponíveis vem preocupando a comunidade médica internacional. Já há casos de resistência à arteminisinina - principal droga antimalárica - no Vietnã, Birmânia, Camboja e Tailândia. Acredita-se, ainda, que a malária retarde o crescimento econômico anual em 1,3% em áreas endêmicas com alta prevalência.

DENGUE

Patógeno: Vírus tipos DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

Transmissão: Picada de mosquitos infectados, das espécies Aedes aegypti (América) e

Aedes albopictus (Ásia).

Sob risco: 2,5 bilhões em 100 países.

Novos casos/ano: entre 50 e 100 milhões de novos casos/ ano no mundo e 765.000 no Brasil.

Dentre as doenças transmitidas por mosquitos, a dengue é a que vem se alastrando mais rapidamente pelo globo: em 50 anos, o número de casos aumentou em 30 vezes, sendo que 70% estão concentrados no sudeste asiático e nas ilhas do Pacífico. Menos de 1% das infecções evoluem para óbito, mas, na última década, dez países entraram para a lista dos afetados pela doença, tais como Sri Lanka, Nepal, Timor-Leste, Indonésia e Tailândia. A resistência dos mosquitos aos inseticidas disponíveis e o surgimento do sorotipo 4 do vírus vêm desafiando a comunidade científica a criar novas formas de contenção da doença.

DOENÇA DE CHAGAS

Patógeno: Protozoário da espécie Trypanosoma cruzi.

Transmissão: Fezes de triatomíneos infectados, insetos conhecidos como ‘barbeiros’, penetram na pele por meio da picada; ingestão de água e alimentos contaminados; transfusão de sangue e transplante de órgãos oriundos de pacientes com Chagas; de mãe para filho.

Sob risco: 25 milhões de pessoas em 21 países.

Novos casos/ano: 56 mil novos casos / ano e 166 no Brasil.

Responsável por 14 mil mortes ao ano, a doença de Chagas mata mais pessoas na América Latina do que a malária ou qualquer outra doença parasitária. Segundo a OMS, dez milhões sofrem da forma crônica da doença, para a qual não existe cura. A cardiopatia chagásica crônica (CCC), altamente incapacitante para o trabalho, constitui a mais séria complicação e atinge pelo menos um terço destes pacientes em algum momento de suas vidas.

As campanhas de combate ao barbeiro no Brasil reduziram significativamente os índices de transmissão, conquistando-se, em 2006, o certificado de interrupção da transmissão pelo principal vetor no país (o Triatoma infestans), concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Hoje, as novas infecções ocorrem, sobretudo, pela ingestão de alimentos contaminados. Se tratada no início da fase aguda, a chance de cura pelos medicamentos disponíveis beira os 100% – no entanto, os sintomas podem levar até 30 anos para aparecer, ou seja, quando a fase crônica já está instalada.

LEISHMANIOSES

Patógeno: Protozoários do gênero Leishmania.

Transmissão: Picada de flebotomíneos (insetos conhecidos como mosquito-palha) infectados. São transmissores as espécies dos gêneros Lutzomya (Américas) e Phlebotomus (Europa, África e Ásia), totalizando 30 espécies.

Sob risco: 350 milhões de pessoas em 98 países.

Novos casos/ano: Cerca de 1,8 milhão de casos (1,5 milhão de Leishmaniose Cutânea - LC e 300 mil de Leishmaniose Visceral - LV) / ano. No Brasil, 3.500 de LV e 22.000 de LC.

Endêmica em 98 países – sendo a maioria nações em desenvolvimento –, as leishmanioses são responsáveis pela morte de cerca de 50 mil pessoas todos os anos. São as formas mais comuns da doença a leishmaniose visceral (LV), que leva à morte se não for tratada nas primeiras semanas, e a leishmaniose cutânea (LC), que provoca lesões crônicas ou de cura espontânea na pele e nas cartilagens. O Brasil é o único representante das Américas na lista de países que concentram 90% dos novos casos, figurando ao lado de Bangladesh, Índia, Etiópia, Nepal e Sudão.

Ao serem picados por insetos flebotomíneos infectados, animais silvestres e domésticos, como cães e gatos, se tornam repositório do parasita, contribuindo com a propagação da doença. A coinfecção é uma das principais preocupações da comunidade médica, principalmente nos casos de pacientes portadores do HIV.

ESQUISTOSSOMOSE

Patógeno: Cinco espécies do verme Schistosoma.

Transmissão: Contato com cercárias (fase inicial de vida do Schistosoma) liberadas em água doce (rios e afins) por caramujos do gênero Biomphalaria.

Sob risco: 800 milhões em 77 países e territórios.

Novos casos/ano: 230 milhões de novos casos/ano no mundo

Embora seja uma verminose de relativa baixa mortalidade, com 80% dos casos concentrados na África, a esquistossomose passou a constar entre as enfermidades negligenciadas de maior importância após reavaliação da OMS. Consequência da espoliação crônica que acarreta aos pacientes, com comprometimento da capacidade cognitiva e de aprendizado das crianças e da força de trabalho dos adultos jovens – consideradas as duas populações responsáveis pelo desenvolvimento de suas nações. Embora tenha tratamento, a exposição permanente dos grupos de risco aos caramujos e à água contaminada incorre na reincidência cíclica da infecção.

Estima-se que 2,5 milhões de pessoas sejam portadores da doença no Brasil. Em maio de 2012, o Ministério da Saúde adotou a resolução da Assembleia Mundial de Saúde para eliminação da esquistossomose como problema de saúde pública até 2020. Em junho de 2012, a Fiocruz e o Instituto Oswaldo Cruz divulgaram a aprovação da segurança da primeira vacina contra esquistossomose na fase 1 de testes clínicos.

TUBERCULOSE

Patógeno: Bactéria conhecida como ‘bacilo-de-koch’, a Mycobacterium tuberculosis.

Transmissão: Contato com a bactéria presente na saliva e em secreções de um paciente.

Sob risco: 2 bilhões de pessoas em 95 países.

Novos casos/ano: 8,8 milhões de novos casos / ano e 69 mil no Brasil.

A tuberculose é a segunda maior causa de mortes por um único agente infeccioso no mundo, perdendo apenas para a Aids. É responsável por um milhão e meio de óbitos. Os países em desenvolvimento concentram 95% das infecções e é atribuída à tuberculose a principal causa de morte entre mulheres de 15 a 44 anos nestas regiões.

Embora tenha cura e, segundo a OMS, o índice de transmissão tenha caído 40% de 1990 a 2010, a insurgência de bactérias multirresistentes aos medicamentos disponíveis vem mantendo a comunidade médica em alerta. Dentre os pacientes com Aids, a tuberculose responde como a principal causa de morte por coinfecções. Cerca de 350 mil pessoas vivendo com Aids – ou seja, ¼ do total de infectados – morrem em virtude da doença. Estima-se que este grupo tenha entre 20 e 30 vezes mais chances de se infectar devido ao enfraquecimento das defesas imunológicas.

HANSENÍASE

Patógeno: bacilo Mycobacterium leprae.

Transmissão: Contato com a bactéria presente na saliva e em secreções de um paciente.

Novos casos/ano: 219.000 novos casos / ano no mundo e 34.000 no Brasil.

Devido ao comprometimento da OMS e de nações atingidas com políticas de prevenção e de acessibilidade aos medicamentos, a hanseníase deixou de ser endêmica em 119 países desde 1985. Hoje, a Organização trabalha com a meta de reduzir em 35% a incidência de novos casos até 2015.

Assim como nas leishmanioses, o Brasil é o único país latino-americano dentre os de alta prevalência, respondendo por 16% dos novos casos. Constam na lista, ainda, a Indonésia, Filipinas, Congo, Madagascar, Moçambique, Nepal, Tanzânia e Índia. O paciente pode levar até 20 anos para manifestar os sintomas e sofrer danos permanentes na pele, mucosas e nervos periféricos. A terapia multidrogas é eficaz e grande aliada nos esforços de erradicação da doença: a resistência às drogas utilizadas é muito rara.

Fonte dos dados: Organização Mundial da Saúde

Publicado originalmente pelo Instituto Oswaldo Cruz

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