(Unesp 2020) A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se
02. (Unesp 2020) A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e entre os homens, não todos os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em combate. Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado.
(François Hartog. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo, 2015. Adaptado.)
O texto afirma que a obra de Homero
- questiona as ações heroicas dos povos fundadores da Grécia Antiga, pois se baseia na concepção filosófica de physis.
- valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e que estão no fundamento das concepções modernas de tempo e história.
- é fundadora da ideia de história, pois concebe o passado como um tempo que prossegue no presente e ensina os homens a aprenderem com seus erros.
- identifica uma forma do pensamento mítico e uma visão de passado estranha à ideia de diálogo entre temporalidades, que caracteriza a história.
- desenvolve uma abordagem crítica do passado e uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à da filosofia pré-socrática.
Resposta: D
Resolução: O texto descreve a obra de Homero, que mostra uma visão mítica do passado, enfatizando heróis e eventos gloriosos sem um diálogo direto com diferentes temporalidades, diferentemente da abordagem histórica, que busca entender o passado como parte de uma sequência temporal contínua. Essa interpretação revela um pensamento mítico e não-histórico sobre o passado.