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(UERJ 2020) Na administração do engenheiro e prefeito Carlos Sampaio (1920-1922), o Morro do Castelo foi totalmente

06. (UERJ 2020) Na administração do engenheiro e prefeito Carlos Sampaio (1920-1922), o Morro do Castelo foi totalmente demolido. A decisão causou muita polêmica, tendo sido criticada por vários intelectuais, como, por exemplo, Monteiro Lobato.

[O Morro do Castelo] ouve sempre cochichos suspeitos nos quais um estribilho soa insistente: precisamos arrasar o Morro do Castelo! Percebe que virou negócio, que o verdadeiro tesouro oculto em suas entranhas não é a imagem de ouro maciço de Santo Inácio, e sim o panamá do arrasamento. Os homens de hoje são negocistas sem alma. Querem dinheiro. Para obtê-lo venderão tudo, venderiam até a alma se a tivessem. Como pode ele, pois, resistir à maré, se suas credenciais − velhice, beleza, pitoresco, historicidade − não são valores de cotação na bolsa?

MONTEIRO LOBATO

Adaptado de A onda verde. São Paulo: Monteiro Lobato & Cia Editores, 1922.

De acordo com a crítica de Monteiro Lobato, transcrita acima, o arrasamento do Morro do Castelo expressou a seguinte perspectiva de intervenção urbana:

  1. remoção de população pobre
  2. saneamento de área degradada
  3. desqualificação do passado colonial
  4. modernização do transporte público

Resposta: C

Resolução: A crítica de Monteiro Lobato reflete uma preocupação com a desqualificação do patrimônio histórico e cultural, simbolizado pelo Morro do Castelo, em nome de um desenvolvimento urbano que priorizava interesses econômicos em detrimento da preservação da memória e da identidade cultural.