(UERJ 2019) Quando chegar o feliz momento da abolição, não será devido nunca à inclinação sincera do povo ou do
02. (UERJ 2019) Quando chegar o feliz momento da abolição, não será devido nunca à inclinação sincera do povo ou do governo, a menos que venham a sofrer grande mudança. Pois quase me aventuraria a dizer que não há dez pessoas em todo o Império que considerem esse comércio um crime ou o encarem sob outro aspecto que não seja o de ganho e perda, de simples especulação mercantil, que deve continuar ou cessar conforme for vantajoso ou não. Acostumados a não fazer nada, os brasileiros em geral estão convencidos de que os escravos são necessários como animais de carga, sem os quais os brancos não poderiam viver.
HENRY CHAMBERLAIN, agente diplomático britânico, em 31/12/1823.
Adaptado de SOUSA, O. T. Fatos e personagens em torno de um regime. Rio de Janeiro: José Olympio, 1960.
Após a emancipação política do Império do Brasil, o debate sobre o fim do tráfico intercontinental de escravos e da escravidão esteve em pauta, como abordado por Henry Chamberlain em 1823.
Naquele contexto, de acordo com o diplomata britânico, as resistências à abolição do tráfico e da escravidão estavam associadas à conjuntura de:
- desqualificação do trabalho braçal
- vigência da sociedade burguesa
- instabilidade do regime jurídico
- decadência da estrutura agrária
Resposta: A
Resolução: O diplomata britânico Henry Chamberlain destaca a visão dos brasileiros de sua época, que consideravam o trabalho braçal como inferior e acreditavam que os escravos eram essenciais para suas vidas, servindo como "animais de carga". Essa visão refletia uma desvalorização do trabalho manual, visto como inadequado para a elite branca e possível apenas pela força de trabalho escravo, reforçando a resistência à abolição da escravatura por razões econômicas e sociais.