(Mackenzie 2012) “Ao lado dos sinos dos conventos e das igrejas, destinados a soar e a impor as horas canônicas dos
06. (Mackenzie 2012) “Ao lado dos sinos dos conventos e das igrejas, destinados a soar e a impor as horas canônicas dos ofícios religiosos, aparecem os sinos laicos, sobretudo utilizados para a proclamação do tempo do trabalho (início, interrupções e fim). Nas cidades do nordeste da Europa, importante região têxtil, os novos sinos opõem à autoridade dos campanários da igreja a altivez das torres que os desafiam. Em face do tempo da Igreja, afirma-se o tempo do mercador, senhor do processo de trabalho”.
Dicionário temático do Ocidente Medieval, v.II, p.163
O texto aponta
- os erros de certas análises historiográficas a respeito das concepções medievais de tempo e de trabalho. De forma precipitada, tais análises tendem a considerar a Igreja detentora absoluta de tais concepções, durante toda a Idade Média, demonstrando a falta de análises históricas empíricas.
- que as estruturas e as mentalidades medievais não sofreram transformações substanciais. De fato, como apontado no texto, as ideias acerca do trabalho e do tempo continuaram as mesmas durante o período, demonstrando que mentalidades não se alteram rapidamente.
- para as transformações processadas na Idade Média acerca do papel regulador da Igreja e do mercador. Aquela atenta à nova realidade, adaptando-se cada vez mais; este, senhor do comércio e das mercadorias, demonstra o seu poder ao impor o domínio sobre os sinos e os campanários medievais.
- para as transformações processadas no final da Idade Média em relação ao tempo e ao trabalho. De fato, se antes tais conceitos eram regidos e dominados pela Igreja, a partir daquele momento as concepções valorativas acerca deles passam a predominar na transição feudo-capitalista, sobretudo nos ambientes laicos.
- que as concepções de tempo e de trabalho se alteraram ao longo do tempo, exceto na Idade Média. De fato, analisado empiricamente, o período é rico em representações a respeito desses conceitos, sempre demonstrando a fragilidade eclesiástica em impor seus conceitos para a população em geral.
Resposta: D
Resolução: O texto aponta para as transformações no final da Idade Média em relação ao tempo e trabalho. Se antes esses conceitos eram dominados pela Igreja, passaram a predominar no ambiente laico da transição feudo-capitalista.