(UFRR 2017) Com base no texto I e nos seus conhecimentos sobre a escravidão negra no Brasil durante a segunda
03. (UFRR 2017) TEXTO I
“ ...na cidade de Óbidos, em 11 de janeiro de 1854 [...] Raimunda, “24 anos de idade, crioula, bem retinta, um tanto baixa, bem figurada, muito humilde” [...] estava fugida com seu companheiro José Moisés, “de 26 anos de idade, cafuz bastante fornido do corpo, estatura regular, mal encarado, olhos pequenos, e fundos”. Os dois fugiram com a ajuda do forro Antônio Maranhoto, natural do Maranhão que [...antes] “foi marinheiro de embarcação de guerra”[...]. Em fevereiro de 1861, a escrava Benedita, “cafuza, natural de Óbidos, com falta de dentes na frente, cabelos cacheados, cheia de corpo, cara risonha” fugiu na companhia do soldado mulato Francisco Lima. Levou uma rede nova, um balaio e um baú de cedro contendo “um par de chinela, um fio de conta de ouro, uma camisa de chita amarela, uma saia de cambraia branca com três folhos e duas camisas brancas”. Em abril do mesmo ano, a escrava Maria, “crioula retinta, magra, alta, olhos e beiços grandes” fugiu com Hipólito, “crioulo bem retinto, barbado, falta de dentes na parte superior”. Maria e Hipólito fugiram pouco tempo depois do falecimento de seu senhor Antônio Guerra, diretor de índios no rio Madeira.
A viúva pedia sua captura e ainda oferecia 100 mil réis de recompensa por cada escravo.”
CAVALCANTI, Y.R.O; SAMPAIO, P.M. Histórias de Joaquinas, Mulheres, Escravidão e Liberdade (Brasil, Amazonas: séc.XIX). Revista Afro-Ásia, 46. p.97-120. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/afro/n46/a03n46.pdf>
Com base no texto I e nos seus conhecimentos sobre a escravidão negra no Brasil durante a segunda metade do século XIX, é CORRETO afirmar:
- Embora submetidas ao trabalho compulsório, as mulheres no cativeiro recebiam especiais cuidados e preocupação de seus senhores, por isso tinham liberdade plena para constituir e manter laços familiares;
- O estado do Amazonas foi um dos primeiros a decidir pelo fim da escravidão e isso aconteceu porque não havia mais escravos negros na região;
- Em 1871, a Lei do Ventre Livre libertou milhares de filhos de escravos, diminuindo consideravelmente as fugas de mulheres, como as apresentadas no texto;
- A má influência masculina explica as fugas das mulheres escravas, pois o trabalho escravo feminino era feito exclusivamente no interior das casas grandes, onde geralmente as negras eram tratadas como parte da família;
- Em 1850, pela Lei Euzébio de Queiroz, foi proibido o tráfico internacional e, consequentemente, a importação de escravos, mas continuava sendo legal manter escravos em cativeiro.
Resposta: E
Resolução: A Lei Euzébio de Queiroz, de 1850, proibiu o tráfico internacional de escravos, mas manteve a escravidão como legal, permitindo que os escravos existentes continuassem em cativeiro. Isso demonstra que, apesar de um avanço na proibição do tráfico, a estrutura escravocrata permaneceu intacta.